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Manias estranhas. Dezoito anos. Unhas sempre pintadas de vermelho e um rosto que muitas vezes não consegue esconder o que sente. Olhos puxados quando sorri por causa das bochechas e covinhas. Piercing no nariz e uma tatuagem carregada de significado, porém não fura mais as orelhas nem por decreto. Se apega facilmente, mas guarda para si. Ama abraços! Ama. Meio lerda, meio esperta. Mania incontrolável de gírias. Fala demais quando deveria calar a boca, mas até que é bem tímida. Também é discreta quando não deveria. Além disso faz tudo ao contrário. Sempre foi assim, tudo ao avesso, até nas coisas mais banais. Quando não se deve dizer/fazer, diz/faz; e quando se deve pensa demais e bota tudo a perder. Às vezes acha que vai enlouquecer, mas deve ser coisa da cabeça. É o mundo que é louco. Tem vontade de controlar tudo, mas também prefere que as coisas aconteçam por elas mesmas. Gostaria de ter a capacidade de não sentir, mas quando se encontra vazia se aflige. Não gosta de estar sozinha, mas tem horas que só a música lhe agrada, é a única coisa que deve estar presente todos os dias. Olha para o nada e se distrai com detalhes como o bichinho, o desenho do lençol, as veias do braço, a pinta do corpo, a pedra no chão. Insônia é de lei. Sonha alto e depois não quer mais saber de nada. Confia demais e quebra a cara, mas enquanto algo estiver agradando não para, o que é meio persistência, meio burrice... E apesar de tudo parecer errado, se sente como se tudo estivesse o mais certo possível, inexplicavelmente.