Resolvi reunir algumas coisas dele que me agradam, enfim.
O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias
de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas.
É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se
acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de
bom, bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça
qualquer coisa.
De algum modo, sentia que estava ficando meio maluco. Mas sempre me
sentia assim. De qualquer forma, a insanidade é relativa. Quem
estabelece a norma?
Tudo o que era mau atraía-me: gostava de beber, era preguiçoso, não defendia nenhum deus, nenhuma
opinião política, nenhuma ideia, nenhum ideal. Eu estava instalado no
vazio, na inexistência, e aceitava isso. Tudo isso fazia de mim uma
pessoa desinteressante. Mas eu não queria ser interessante, era muito
difícil.
Não há nada a lamentar sobre a morte, assim como não há nada a lamentar
sobre o crescimento de uma flor. O que é terrível não é a morte, mas as
vidas que as pessoas levam ou não levam até a sua morte.
Comigo é o seguinte: tenho que ficar sentado e esperar que a coisa venha
até mim. Posso manipular tudo e espremer depois que chega, mas não
posso sair a procurar.
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1 comentários:
Ele teve tudo para ir para o lado marginal, pois teve uma infância muito traumática. Mas, descarregou tudo no álcool, problema dele, e nos livros, sorte da cultura.
Apesar da bebida ele morreu de leucemia e não de cirrose.
No seu túmulo está escrito "Não tente".
www.cchamun.blogspot.com.br
Histórias, estórias e outras polêmicas.
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